Luiz Pagot

>Mato Grosso ganhou

Posted on julho 20, 2010. Filed under: Blairo Maggi, Carlos Bezerra, Luiz Pagot, Mato Grosso, Mauro, Silval, Wilson |

>Alfredo da Mota Menezes

Eleições 2010 – Silval, Wilson e Mauro passaram por gretas e desfiladeiros antes de consolidarem suas candidaturas ao governo.

A do Silval Barbosa foi um longo trajeto. Antes havia no grupo a candidatura do Luiz Pagot. Se ela se mantém, só com o PMDB, era difícil o Silval emplacar a sua. Desde 1990, o PMDB não lançava candidato ao governo. Toda a estrutura tinha sido voltada para ajudar em eleições do Carlos Bezerra.

O primeiro trabalho do Silval foi contornar, sem confronto, a liderança do Bezerra no PMDB. Ninguém sobrara no partido nos tantos confrontos com ele ao longo dos anos.

O caminho melhorou um pouco para o Silval quando o Pagot desistiu da candidatura. Daí em frente, o Silval passou o tempo todo cortejando não mais o Bezerra, mas Blairo Maggi. Um exemplo talvez ilustre essa ação.

Em Rondonópolis, o Silval ficou contra o candidato do seu partido, José do Pátio, para apoiar o Adilton Sachetti, candidato e amigo do então governador. Teve e tem o Zé do Pátio contra ele, mas conseguiu ganhar a confiança do Maggi e do grupo. Contornar o Bezerra sem guerra e ganhar o apoio do Maggi foi o longo trabalho do Silval. Ele foi jeitoso, como diria o ACM.

Para chegar à candidatura, Wilson Santos teve trepidações enormes na caminhada. O bombardeio em cima dele foi um dos maiores que assisti em muitos anos. Ficou sem apoio na mídia e qualquer ação errada era mostrada em tons superlativos contra ele. E não faltaram casos.

Operação Pacenas foi um prato gigante. Rodrigo Figueiredo, Silval e Blairo aproveitaram o assunto para bombardear o prefeito da capital porque não tinha “competência” para realizar as obras do PAC.

Mesmo a Justiça em Brasília matando a Operação Pacenas, o prefeito não teve folga. Veio a greve dos médicos e o caso ETA-Tijucal. Outra vez aqueles que não queriam sua candidatura foram em cima com quatro pedras em cada mão. Cheguei a pensar que ele iria desistir, ficaria na prefeitura para realizar as obras do PAC e estaria por perto das obras da Copa. Foi determinado, é candidato.

Mauro Mendes apanhou muito também. Chegou um momento que pareceu que iria jogar a toalha quando falou em limites da paciência.

O candidato tinha que, diariamente, desmentir que o PPS não ficaria com ele. Ou que não era verdade que Carlos Lupi, dono do PDT, levaria o partido para apoiar o Silval por causa do palanque da Dilma. Sem o PDT e o PPS não se teria candidatura.

E ainda se teve, por algum tempo, a má vontade do Waltenir Pereira, presidente do PSB, com a candidatura com receio de não ser eleito deputado na chapa do Mauro.

Se o Mauro se afasta naquele momento estava morto politicamente no estado. Ao passar por aquele corredor polonês mostrou que pode participar do jogo bruto da eleição para governador.

Desde a volta das eleições diretas para governador em 1982 é a primeira vez que se apresentam três candidaturas viáveis no estado. Mato Grosso ganhou.

Autor: Alfredo da Mota Menezes é professor e cientista politico: E-mail: pox@terra.com.br; site: http://www.alfredomenezes.com

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>Alfredo da Mota Menezes escreve sobre a saida de Luiz Pagot candidato a governador em 2010

Posted on fevereiro 3, 2009. Filed under: eleições 2010, Jogo político em MT, Luiz Pagot, Sapezal, Wilson Santos |

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No jogo da política

Alfredo da Mota Menezes

O afastamento da candidatura a governador do Luiz Pagot foi uma boa jogada política. Por alguns motivos.

1. A mexida deixou atônitos alguns atores da política no estado. Jaime Campos, que ensaiava fazer oposição, lugar que ele se dá bem, deve voltar atrás. Correligionários do seu partido, frente à nova situação, não vão deixar que ele vá para lados que não possa ter regresso depois.

O Sérgio Ricardo, com o recuo do Pagot, a quem ele gosta de acutilar, agora está sem saber para onde ir. Não tem forte presença no PR e articular internamente uma candidatura a governador não será tarefa fácil. Está também atônito com o novo momento.

2. Tira o foco do governo Maggi. Tem ainda muito tempo para terminar o governo dele. Não há mais como os aliados, pensando em ter apoio do grupo, atirar no seu governo.

3. Preserva o Pagot. Se lá na frente ele se mostrar viável, voltam a postular seu nome. Já estava apanhando muito e ele não tem ainda jogo de cintura para esse tipo de enfrentamento. Aquela reação a uma fala do Arthur Virgílio no Senado é uma prova disso. 4. O afastamento da candidatura abre espaço para se discutir um arco de aliança para 2010.

Aquela história de que o pessoal da botina não tinha ainda aprendido artimanhas de sobrevivência política parece que não pega mais. Aprenderam rápido. Tirar a candidatura do Pagot foi uma tacada das boas. Talvez o PR nem precise mais se reunir em Sapezal em fevereiro.

Ouvi uma discussão interessante sobre o Wilson Santos entre duas pessoas que nem eram do partido dele. Um arguiu longamente que o problema do Wilson é que ele não cumpre acordos políticos. O outro não concordava e dizia que, no geral, a regra na classe política é a de cumprir só os acordos de sua conveniência.

Ele achava que o principal problema nesse momento de ascensão política do Wilson é que ele não tem ainda cultura partidária. E que, sem isso, fica mais difícil impor liderança num grupo.

Não sei quem tem razão na discussão, mas o segundo ponto de vista tem alguma base na história política local. Com exceção do caso Blairo Maggi, que apareceu na política em uma específica circunstância, todos os outros episódios têm alguém com um pé em partido político.

Júlio Campos ganhou a indicação para ser candidato a governador em 1982 porque trabalhou no partido. Benedito Canellas não o fez e dançou. Carlos Bezerra era homem de partido, se fez ali. Aliás, até hoje está nisso. Jaime Campos segue a mesma trilha. Dante de Oliveira idem. Roberto França, Antero de Barros, Serys Marly, Jonas Pinheiro, todos tiveram vivência partidária.

Aquela pessoa que arguía que é importante a participação partidária de um líder dizia ainda que é ali dentro, no cara a cara, até com gente sem votos, no jogo do convencimento e nas atitudes, que se impõe a liderança.

Não é só voto que faz a liderança. Quantas pessoas têm votos e não consegue liderar? Aprender a agir dentro de um partido foi sempre um caminho para se chegar a lugares mais distantes na política. Essa tem sido a regra, casos diferentes são a exceção.

Fonte: Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br/site: http://www.alfredomenezes.com

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