>Infraero investiu apenas 2% do orçamento de 2011
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Na última terça-feira (29), A Comissão de Infraestrutura do Senado afirmou que vai convocar a Infraero e autoridades gestoras do projeto Copa do Mundo de 2014, no Brasil, para dar explicações sobre o atraso das obras para a competição.
Vinculada ao Ministério da Defesa, a Infraero administra 67 aeroportos, 69 grupamentos de navegação aérea e 51 unidades técnicas de aeronavegação, além de 34 terminais de logística de carga. Estes aeroportos concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo regular do Brasil, o equivalente a dois milhões de pousos e decolagens de aeronaves nacionais e estrangeiras.
O melhor desempenho das obras acontecem no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, com as duas frentes de trabalho já iniciadas em setembro de 2009: reforma do Terminal de Passageiros e conclusão do terminal de passageiros 2. Para estas obras estão previstos R$ 687,3 milhões, sendo que R$ 108,1 milhões já estão contratados e R$ 56,9 milhões foram, de fato, executados.
Em Brasília, para a primeira fase da Reforma e Ampliação Sul do Terminal de Passageiros e a construção do Módulo Operacional Provisório (MOP) para atender a demanda de passageiros nas salas de embarque e desembarque estão previstos R$ 11,4 milhões, mas até agora somente 1,8 milhão foi utilizado. As informações constam no cronograma divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU), no Portal da Transparência da Copa.
A assessoria de Comunicação da Infraero informou que até 2014 a estatal planeja investir R$ 5,2 bilhões nos aeroportos relacionados às cidades-sede da Copa. “O valor é para atender não apenas a demanda gerada pela Copa do Mundo, mas também aquela projetada para todo o setor aéreo brasileiro’. Segundo o cronograma da assessoria, a maioria dos projetos vai ser concluída no final de 2013.
Sobre a baixa execução de investimentos da estatal, a assessoria afirmou que o valor teve aumento de 68, 5% em relação ao mesmo período do ano passado. O órgão ainda explicou que neste ano, os investimentos serão ampliados. “A dotação deste ano é quase o dobro do ano passado”, esclarece.
O maior problema é de gestão, afirma ex-presidente da Infraero
O ex-presidente da Infraero Adyr da Silva afirmou que não é somente o problema do teto de investimentos que contribui para o caos aéreo. “Hoje a Infraero tem mais recursos do que ela consegue gastar”, afirma.
A maior dificuldade apontada pelo ex-presidente da Infraero é a falta de uma boa gestão. “Há uma verdadeira “dança das cadeiras”. Nos últimos dez anos, dez presidentes passaram pela estatal, desses, quase todos não eram do ramo e quando foram aprendendo tiveram que ir embora. É assim que pretendem resolver o problema dos aeroportos do Brasil?”, questiona. Além disso, Adyr explica que há falta de tecnologia na estatal. “Não existe tecnologia apurada como devia, e quando há, existe quantidade, mas não qualidade”, diz.
Alguns problemas como o controle no tráfego aéreo e dificuldades institucionais estão sendo resolvidos. “Com a criação da Secretaria de Aviação Civil, a Infraero está encontrando algumas soluções e o controle de tráfego, apesar de algumas dificuldades, está sendo aprimorado”, analisa.
Sobre o ritmo no desembolso, Adyr afirma que é bem provável que a Infraero não utilize toda a verba. “Ainda há muita burocracia que envolve editais, contratos, etc. “Temos que ser realistas, o prazo para melhorar o sistema aéreo não é de três anos, pois tudo deve ser finalizado com antecedência, para que possa ser testado”, conclui. Por Giselli Mourão Fonte: Contas Abertas
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