>Infraero investiu apenas 2% do orçamento de 2011

Posted on março 31, 2011. Filed under: Sem-categoria |

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Faltando quase três anos de um dos maiores eventos esportivos mundiais no Brasil, a Copa do Mundo de 2014, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai ter que correr para deixar pronto os aeroportos. Mas se depender do ritmo de desembolso da estatal isso não será muito fácil. Apesar do montante previsto de investimentos para este ano ser de R$ 2,2 bilhões, 51% superior ao ano passado, no primeiro bimestre de 2011, apenas R$ 53,8 milhões foram utilizados. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Caso a execução orçamentária fosse linear, a empresa já deveria ter realizado 16% do orçamento anual. No entanto, o percentual atingiu apenas 2% neste primeiro bimestre. Apesar da pequena execução orçamentária, o valor pago neste período é maior do que o desembolsado no mesmo período de 2010. Analisando-se os primeiros bimestres desde 2005, o montante pago neste ano só é superado pelas aplicações em 2007(veja tabela).

Na última terça-feira (29), A Comissão de Infraestrutura do Senado afirmou que vai convocar a Infraero e autoridades gestoras do projeto Copa do Mundo de 2014, no Brasil, para dar explicações sobre o atraso das obras para a competição.

Vinculada ao Ministério da Defesa, a Infraero administra 67 aeroportos, 69 grupamentos de navegação aérea e 51 unidades técnicas de aeronavegação, além de 34 terminais de logística de carga. Estes aeroportos concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo regular do Brasil, o equivalente a dois milhões de pousos e decolagens de aeronaves nacionais e estrangeiras.

O melhor desempenho das obras acontecem no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, com as duas frentes de trabalho já iniciadas em setembro de 2009: reforma do Terminal de Passageiros e conclusão do terminal de passageiros 2. Para estas obras estão previstos R$ 687,3 milhões, sendo que R$ 108,1 milhões já estão contratados e R$ 56,9 milhões foram, de fato, executados.

Em Brasília, para a primeira fase da Reforma e Ampliação Sul do Terminal de Passageiros e a construção do Módulo Operacional Provisório (MOP) para atender a demanda de passageiros nas salas de embarque e desembarque estão previstos R$ 11,4 milhões, mas até agora somente 1,8 milhão foi utilizado. As informações constam no cronograma divulgado pela Controladoria-Geral da União (CGU), no Portal da Transparência da Copa.

A assessoria de Comunicação da Infraero informou que até 2014 a estatal planeja investir R$ 5,2 bilhões nos aeroportos relacionados às cidades-sede da Copa. “O valor é para atender não apenas a demanda gerada pela Copa do Mundo, mas também aquela projetada para todo o setor aéreo brasileiro’. Segundo o cronograma da assessoria, a maioria dos projetos vai ser concluída no final de 2013.

Sobre a baixa execução de investimentos da estatal, a assessoria afirmou que o valor teve aumento de 68, 5% em relação ao mesmo período do ano passado. O órgão ainda explicou que neste ano, os investimentos serão ampliados. “A dotação deste ano é quase o dobro do ano passado”, esclarece.

O maior problema é de gestão, afirma ex-presidente da Infraero

O ex-presidente da Infraero Adyr da Silva afirmou que não é somente o problema do teto de investimentos que contribui para o caos aéreo. “Hoje a Infraero tem mais recursos do que ela consegue gastar”, afirma.

A maior dificuldade apontada pelo ex-presidente da Infraero é a falta de uma boa gestão. “Há uma verdadeira “dança das cadeiras”. Nos últimos dez anos, dez presidentes passaram pela estatal, desses, quase todos não eram do ramo e quando foram aprendendo tiveram que ir embora. É assim que pretendem resolver o problema dos aeroportos do Brasil?”, questiona. Além disso, Adyr explica que há falta de tecnologia na estatal. “Não existe tecnologia apurada como devia, e quando há, existe quantidade, mas não qualidade”, diz.

Alguns problemas como o controle no tráfego aéreo e dificuldades institucionais estão sendo resolvidos. “Com a criação da Secretaria de Aviação Civil, a Infraero está encontrando algumas soluções e o controle de tráfego, apesar de algumas dificuldades, está sendo aprimorado”, analisa.

Sobre o ritmo no desembolso, Adyr afirma que é bem provável que a Infraero não utilize toda a verba. “Ainda há muita burocracia que envolve editais, contratos, etc. “Temos que ser realistas, o prazo para melhorar o sistema aéreo não é de três anos, pois tudo deve ser finalizado com antecedência, para que possa ser testado”, conclui. Por Giselli Mourão Fonte: Contas Abertas

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