Fed
>Fed mantém juro a 0,25% ao ano e vai comprar US$ 600 bi em títulos
>
O membro Thomas M. Hoenig votou contra a decisão pela sétima vez consecutiva
Após já ter comprado cerca de US$ 1,7 trilhão em títulos desde a eclosão da fase mais crítica da crise, a fim de reativar as condições de crédito da economia, a autoridade informou que irá comprar uma quantia adicional de US$ 600 bilhões em papéis de longo prazo do Tesouro americano até o final do segundo trimestre de 2011, em um ritmo de cerca de US$ 75 bilhões por mês.
Em tempos de juro próximo a zero nos Estados Unidos, tal ferramenta permite pressionar ainda mais as taxas de juro de maturação mais distante, barateando, em tese, o custo de capital das empresas e das famílias.
O Fed se comprometeu também em continuar a política de reinvestir o pagamento dos principais recebidos dos ativos securitizados em sua posse.
O comitê declara estar ” preparado para realizar ajustes adicionais, se necessário, para ajudar a recuperação econômica”.
Juro entre zero e 0,25%
Para justificar a taxa neste intervalo, o colegiado repetiu o discurso de que o cenário econômico, com baixa utilização da capacidade, inflação controlada e expectativas estáveis para os preços, fundamenta esse nível de juro básico por um “longo período”.
O banco central dos Estados Unidos destacou também que a retomada da produção e do emprego desacelerou nos últimos meses. Os empresários seguem relutantes em iniciar novas contratações.
“Os gastos das famílias estão aumentando gradualmente, mas continuam retraídos pela elevada taxa de desemprego, pelo crescimento modesto da renda e pelo aperto no crédito”, apontou o Fed.
Embora o comitê trabalhe com uma previsão de retorno gradual aos patamares mais altos de utilização da capacidade em um contexto de estabilidade nos preços, “o progresso para essas metas tem sido desalentadoramente baixo”.
Voto contra
Mantendo sua posição contrária à decisão do comitê de política monetária do Fed, o membro Thomas M. Hoenig votou contra pela sétima vez consecutiva.
Para ele, o cenário não permite prometer a continuidade de juro baixo por mais tempo, ao passo que isso pode levar a um desequilíbrio dos mercados e elevar os riscos de longo prazo para o panorama macroeconômico.
Fonte: Brasil Econômico
- Siga o Bom dia Mato Grosso no Twitter
>Com possibilidades reais da eleição de Serra a Presidente, Bovespa sobe 0,19% e retoma nível anterior à crise 2008
>
>Tudo em nome da salvação do capitalismo
>
Os bancos centrais tiveram sucesso em afastar a ameaça de uma Grande Depressão com a receita de sempre: juros muito baixos por um longo tempo. Reverteram o colapso dos preços das ações e dos imóveis e interromperam a queda livre da produção e do emprego.
Para quem ainda tinha dúvidas sobre a contribuição do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Alan Greenspan para a formação das grandes bolhas financeiras, o atual presidente, Ben Bernanke, resolveu repetir a peça. Vale a ver de novo.
A partir de doses inéditas de injeção de liquidez pelo Fed, foi restabelecida a mecânica da formação de bolhas. O baixo custo do dinheiro e a liquidez abundante derrubaram novamente a cotação do dólar nos mercados de moedas, empurraram para cima os preços das commodities, fizeram disparar os preços das ações nas bolsas, estabilizaram a demanda de bens e serviços e deram início à recuperação da atividade econômica.
Ia tudo muito bem até que uma forte correção nos mercados financeiros trouxe de volta o pesadelo do buraco negro que ameaçou tragar a economia mundial.
As amplas flutuações dos preços, os episódios de pânico nas vendas de ações, o aumento do volume de transações e o medo de uma interrupção da política de dinheiro fácil e barato do Fed eram os sintomas de um nervosismo que se transformava em histeria, a exemplo do que ocorreu no fim de 2008 e se repetiu no início de 2009.
Foi então que o Fed deu um sinal claro: reafirmou seu compromisso com a política de juros baixos, mas reduziu ligeiramente seu programa de recompra de papéis. Continua a política de dinheiro barato, mas diminuem as doses de injeção de liquidez. Com o recente episódio de turbulência, ficam evidentes não apenas o papel dos bancos centrais na formação das bolhas, mas também a inevitabilidade de uma síndrome de abstinência quando se fala em interromper a droga administrada: o dinheiro farto e barato.
Por que insistiriam os bancos centrais nessa mesma receita de formação de bolhas sucessivas? A resposta é política. Teria o governo americano coragem de deixar quebrar os grandes bancos, preservando apenas os pequenos depositantes, até o limite estabelecido por lei? Isso dissolveria quase US$ 1 trilhão que o governo chinês tinha em títulos das agências imobiliárias envolvidas até o pescoço na criação da grande bolha de crédito. A saída mais fácil é a tentativa de inchar os balanços, inflando novamente os preços dos ativos, em vez de assumir as perdas definitivas dos credores.
Os contribuintes que elegeram Barack Obama terão de pagar mais e mais impostos para salvar bancos ou, pior ainda, grandes depositantes que vão de um bilionário local a um cleptocrata russo, tudo em nome da salvação do “capitalismo”. É assim que funcionam as finanças nas economias modernas: “capitalismo” para todos, exceto para os financistas.
Artigo originalmente publicado no site do Instituto Millenium.
Ler Post Completo | Make a Comment ( None so far )